Acordo na mesma cama
Visto a roupa que sempre tive
Vou comer a mesma comida
Saio de casa sempre para a mesma rua
Apanho o mesmo comboio
Que passa à mesma hora todo o ano
Chego sempre atrasado à mesma escola
Para ter aulas na mesma sala
Com os mesmos professores
Que irão ensinar a mesma matéria de sempre
Que sempre foi ensinada
Volto apanhar o mesmo comboio
Para voltar à mesma rua
Entro na minha casa que não muda
E deito-me em cima da mesma cama
Tenho o mesmo sonho e espero
Que o dia seguinte seja a mesma coisa
Bernardo dos Santos Morgado
Desabafo faz bem a quem escreve e a quem lê, em certas coisas, só muda o endereço
ResponderEliminarTenho um poema parecido, ao final digo
ResponderEliminar"amanhã sonharei com surpresas"
Muito bom! parabéns! uma das coisas que mais me inspiram a continuar escrevendo é ver que os dilemas dos poetas são parecidos, assim não nos sentimos sozinhos com as nossas loucuras!