sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Inquietude


A inquietude inquieta-se
Eu inquieto-me também
Penso o mesmo que a inquietude pensa
Desassossego-me também
Porque penso para lá do que é mal ou bem
Entrego-me à ignorância
Na esperança de ser ignorante volto à infância
Estou chateado com a minha mãe
E com o meu pai também
Deram-me um pensamento sem pensarem bem
Nesta triste tristeza a inquietação não vai, só vem
E na cabeça o pensar dói e no doer só o pensamento tem
Inquietude assossega-te!
Para me assossegar também
Estou farto de pensar (inquieto): em mim, em ti e na minha mãe
Estou inquieto porque existe
Estou inquieto porque desaparece
A inquietude não vai, só vem
Deixa-me estar inquieto sossegado!
Não quero ninguém a chatear-me: nem eu, nem tu, nem a minha mãe

Bernardo dos Santos Morgado

2 comentários:

  1. Acho que sua inquietude é contagiante... Acabei inquieta para conhecer o seu blog e aqui estou. Gostei da sua inquietude!
    Abraços!!

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  2. Obrigado, fico muito contente por ter gostado :)
    Abraços

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