quarta-feira, 22 de maio de 2013

Quem sou eu, senão eu!?



Quem sou eu, senão um louco!?
Que foi concebido, para desafiar um génio
Que sou eu, senão um tolo!?
Que por aceitar a minha pátria, irei morrer desconhecido
Quem sou eu, senão um poeta!?
Que por ser eu, nunca ninguém acreditou
Quem sou eu, senão um rapaz!?
Que triunfou na guerra e já não quer viver na paz
Quem sou eu, senão um parvo!?
Que por se achar um génio, pobre, caiu morto
Quem sou eu, senão tu crucificado!?
Que por ser crucificado, acabou imortalizado
Quem sou eu, senão um doente trocado!?
Que por estar trocado, escreve ao contrário
!direito tudo escreve torto ser por Que
Que por ser escrito torto, não é bonito!
!fruto um ser é Bonito
Quem sou eu, senão tudo!?
Que me falta aprender, se já sei tudo!?
E aquele génio, que sabia tudo e estava errado
Eu, que por ter duas cicatrizes
Sou dos pacientes mais felizes
Quem sou eu?
Senão eu?
Sentado em cima do teu
(Ser)
A pensar
Naquilo que a minha mãe me deu
Nesta doença de mundo
Que por ser uma doença é meu!
E que por ser meu é teu!
Deixa-me morrer sossegado!
Porque morrer sossegado, é o meu verdadeiro eu!

Bernardo dos Santos Morgado

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